Sobre comunicação, desespero e conteúdo para internet

É um quê de “me adiciona”, “compartilhe”, “envie por e-mail”, “me siga não sei onde”, “receba nossa newsletter”... Isso sem falar na quantidade de novas redes que vão surgindo para todos os gostos e necessidades.

A sensação que tenho hoje é de um certo desespero por atenção, como se as pessoas, na vida real, estivessem andando por aí com placas e letreiros luminosos - coloridos e piscando - pendurados pelo corpo todo. Aliás, andando, não, correndo, porque a velocidade acelerada faz parte da aflição comunicativa atual, se é que posso chamar assim.

Parece até que ninguém mais, ou poucos, se importam com a qualidade da informação, pesquisa, produção de conteúdo original próprio. Não que eu seja contra divulgar, quando permitido, algum texto, uma ideia interessante, trocar informações, participar de discussões, redes sociais, enquetes, entre outras formas de interatividade. Muito pelo contrário, não só acho importante como tenho, enquanto profissional, obrigação de entender o funcionamento de novas ferramentas e mídias, além da convergência entre elas. Mas não acredito que bombardear as pessoas insistentemente com o que “eu penso que elas vão gostar”, seja o melhor caminho, principalmente quando o foco é a comunicação corporativa.

Por isso, produzir conteúdo para internet, é hoje um trabalho que exige mais do que domínio da capacidade de comunicação em fóruns, blogs e comunidades virtuais. É preciso responsabilidade, respeito e estudo; persuadir sem apelar a práticas antiéticas como spam e mentiras; ter boa educação e polidez na escrita; saber “ouvir” e não apenas falar o tempo inteiro. Características estas que, vale destacar, muitos profissionais de comunicação parecem ter esquecido, ou nunca aprenderam.